terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Regresso ao trabalho


Está a chegar ao fim...está a terminar esta fase maravilhosa das nossas vidas em que te tenho perto de mim a toda a hora.
Foram 9 meses dentro de mim e mais 5 meses completamente alapada, ao meu corpo, à minha mama, ao meu abraço, ao meu beijo e sempre debaixo do meu olhar atento, carinhoso e preocupado.

Estão a terminar as horas infinitas em que nos tivemos uma à outra, apenas uma à outra em momentos de ternura incomparáveis e que não quero perder por nada.
Estão a terminar as horas (foram mais minutos mas vá) de sestas no sofá contigo ao colo, toda torcida e cheia de dores, mas cheia de amor nos meus braços para que te sentisses o mais protegida e amada possível.
Estão a chegar ao fim estes momentos contínuos entre nós as duas, estes momentos de partilha constante do sentimento mais puro e verdadeiro que já tive dentro do meu peito.


Não sei como vou conseguir passar 6 ou mais horas sem o teu aconchego, sem o teu cheiro, sem a tua pele, sem o teu sorriso maravilhoso e contagiante, sem o teu ar de marota a querer pôr tudo na boca, sem os teus gritos da ordem quando não queres alguma coisa...como vou ser eu capaz não sei, a sério que não sei onde irei arranjar forças, mas sei que vou ter que as encontrar, que o tenho que o fazer pelo nosso bem.

E a ti minha filha, sei que também irá custar, afinal de vão pôr-te longe da tua maminha, do teu porto seguro, do colo, daquele colo ao qual recorres em cada momento, cada dor, birra, sono, cólica ou simplesmente porque sim.

Imaginar-te chorar à minha procura e com necessidade dos meus braços é o que me dói mais e é o que faz custar ainda mais estes dias que se aproximam.

Talvez se pensar muito muito no teu sorriso, e que quando chegar a casa te terei nos meus braços de sorriso nos lábios e de maminha na boca até adormeceres (e mesmo depois disso)..sim, talvez se pensar nisso a minha angustia diminua um pouco.
 
 Sei que vais estar bem entregue, mais quinze dias com o pai e depois toda uma "nova vida" com a avó (que sorte que nós temos em tê-la connosco), mas sei que não será a mesma coisa...para mim nunca mais será de certo.
Não me interpretes mal, sei que tenho que voltar ao trabalho, sei que são estes os tostões que me deixam dar-te tudo o que tens precisado, mas não estou preparada, queria-te só para mim por mais uns dias. Sinto que ainda precisamos muito uma da outra, a tempo inteiro e que o trabalho será um rapto, momentâneo é certo, mas um rapto que nos afastará uma da outra...e vai doer tanto!

Sem comentários:

Enviar um comentário